O beijo no Asfalto - Alexandre Nunes - FUGA 4
Resultado anual da disciplina de Oficina do Espetáculo VIII
O QUE DISSERAM SOBRE O BEIJO QUE NÃO VI:
Um Plágio Declarado sobre O Beijo no Asfalto de Nelson Rodrigues
Espetáculo criado a partir de adaptação do texto de Nelson Rodrigues, com atuação dos formandos em Artes Cênicas 2011-2, sob direção dos professores Alexandre Nunes, Rosi Martins e Júlia Pascali. Foram utilizadas técnicas e idéias estéticas variadas como parte do processo de montagem: elementos de estranhamento brechtiano, experiências de dramaturgia corporal e visual, análise de texto e subtexto de personagens e metodologia de criação colaborativa. A metodologia colaborativa implica na abertura de todos para receber contribuições, sem se perder de vista a ordem das funções estabelecidas.
Optou-se por uma estética visual minimalista, com o uso de pouquíssimos recursos cenográficos e a exposição da mecânica cênica de criação e atuação. Essa estética minimalista se estrutura sobre o pano de fundo de constrastes de luz e sombra, que remetem à idéia de um jogo de xadrez e/ou à própria visualidade da impressão monocromática dos jornais, como se as cenas do espetáculo fossem partes de manchetes publicadas nos jornais, ou cenas de antigos filmes em preto e branco.
O texto Beijo no Asfalto faz parte das tragédias cariocas, segundo classificação das obras de Nelson Rodrigues realizada por Sábato Magaldi. Sua narrativa tem fortes características cinematográficas e se desenvolve através de falas interrompidas e síncopes verbais. Conta a história de um pai de família de classe média que se torna vítima da manipulação de informações da imprensa, em parceria com um delegado de polícia corrupto. Jogando com os preconceitos sociais e a homofobia latente da população, a imprensa e a polícia criam fatos inexistentes para sugerir a ocorrência de um assassinato passional entre um suposto casal de amantes homossexuais.
Nelson Falcão Rodrigues nasceu na cidade de Recife, em 23 de agosto de 1912, e teve quatorze irmãos. Morou parte de sua infância em Recife e a maior parte da vida no Rio de Janeiro. Seu pai era deputado e jornalista do Jornal do Recife. Mudou-se, com toda a família para o Rio de Janeiro por razões políticas, onde passou a trabalhar como redator parlamentar do jonal Correio da Manhã. Nelson veio a se tornar jornalista em 1925, tendo escrito grande parte de suas crônicas também no Correio da Manhã. Foi um dos mais importantes dramaturgos da modernidade, cuja influência se desdobra fortemente sobre o teatro contemporâneo.
FICHA TÉCNICA
Processo de Criação Colaborativa
Texto: Nelson Rodrigues
Direção e Adaptação: Alexandre Nunes
Assistência de Direção: Rosi Martins e Júlia Pascali
Direção de Arte: Rosi Martins e Alexandre Nunes
Preparação Vocal: Júlia Pascali
Assitência em Figurino: Grasielle Aires
Iluminação: Alan Lourenço
Fotografias: Kléber Damaso e Júlia Pascali
Atuação: Bruna Isac, Danilo Fortaleza, Edlúcia Robélia, Grasielle Aires, Haroldo de Araújo, Jô de Oliveira, Karulyne Martins, Mayara Costa, Murilo Santana, Paulo Canga, Rodrigo Peixoto, Rosiméria Pimentel, Vinícius Bolivar.